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É cada vez mais evidente o papel devastador das mentiras sobre temas diversos na cena pública contemporânea. Fale-se de saúde, de política, de educação ou mesmo da vida de celebridades. São constantes as inverdades que circulam a todo vapor, de formas mais ou menos visíveis no cotidiano. Alimentando teorias da conspiração, cenários de incerteza e a deslegitimação de pessoas e instituições, as chamadas fake news se entranham na sociedade, passando a afetar profundamente não apenas as relações pessoais, mas as políticas públicas, os conflitos sociais e os debates sobre questões coletivas, para citar alguns exemplos.

Apesar da centralidade deste fenômeno e de sua onipresença, há muita divergência e confusão na definição de seus termos básicos. Além disso, muitos dos conceitos estão em língua estrangeira, o que dificulta ainda mais a compreensão pelo grande público.

Para elucidar os entendimentos dos quais partimos aqui no Observatório, elaboramos uma lista de palavrões em torno do tema da desinformação e traduzimos as suas definições.

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Câmara de Eco

Câmara de eco remete à ideia da reverberação de sons em um espaço acusticamente propício para tanto. De forma análoga, o termo é usado para se referir ao fenômeno digital de as pessoas estarem situadas em espaços relativamente insulados e marcados pela reverberação de opiniões similares (Sunstein, 2007). O termo se refere, assim, à criação (intencional ou não) de ambientes homogêneos com a presença de grupos e indivíduos que compartilhem da mesma visão política, reforçando seus entendimentos (Colleoni, Rozza & Arvidsson, 2014).

Crise Epistêmica

Trata-se de uma das várias dimensões das crises contemporâneas, referindo-se especificamente a um processo amplo de deslegitimação de instâncias, procedimentos e instituições de validação e legitimação do conhecimento (Benkler, Faris & Roberts 2018). A crise epistêmica é marcada pelo avanço da desinformação, pelo fortalecimento da pós-verdade e pela expressiva desacreditação de especialistas e de instituições produtoras de conhecimento através de negacionismos e da transformação de toda forma de saber em questão de opinião. Tal crise representa um desafio às democracias, na medida em que enfraquece a capacidade de construção de processos de tomada de decisão centrados e guiados por informações.

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